sábado, 2 de agosto de 2008

Saindo

Moçada, estou desativando este blog...
Não, eu não cansei de ter um blog. Estou só mudando de endereço.
Se você faz parte da meia-dúzia (tudo isso?) que lê este blog, anote o novo endereço:
www.waltertierno.wordpress.com

A gente se vê por lá.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Perguntas e mais perguntas - 1

A dúvida do momento é a seguinte: o trânsito de São Paulo melhorou (um pouquinho) graças à restrição da circulação de caminhões e às férias escolares?
Pelo visto, só teremos a resposta em agosto...
Será que vão dizer que a culpa do trânsito reside nos ônibus, ciclistas e pedestres?

Enquanto isso, tem gente reclamando da tal "lei seca". Nesse caso, a pergunta mais importante é apenas esta: "Tá reclamando do quê, cachaceiro?"

domingo, 20 de julho de 2008

Batman


Não sou do tipo que idolatra um filme só por ser adaptação de história em quadrinhos. Minha tendência é concordar com Alan Moore, que se diz contrário às adaptações de suas obras (embora eu não acredite que ele é contrário a embolsar algum). Sem radicalismos, claro.
Já vi o trailer da adaptação de Watchmen e não me empolguei como a maioria dos nerds de plantão. Visualmente, o diretor está fazendo um trabalho excepcional. É o que ele fez em 300. Mas, como 300, vale lembrar que a qualidade visual foi sua única qualidade indiscutível. Todo o resto, desde a própria escolha do tema até os acréscimos que ele fez à história de Frank Miller, merecem críticas menos entusiastas.
Mas não é para falar sobre Watchmen que escrevo este post. Para saber minha opinião sobre essa incrível HQ, leia aqui: http://waltertierno.blogspot.com/2007/10/watchmen.html
Estou aqui para falar sobre Batman, o cavaleiro das trevas.
De longe, este é o melhor filme que já vi baseado num personagem dos quadrinhos. Digo isso porque não o considero uma adaptação, simplesmente. Ele merece o privilégio de ser considerado um bom FILME. Não, não é o melhor do ano, peço perdão aos nerds entusiasmados. Mas é muito bom. Enquanto Hulk e Homem de Ferro podem ser considerados boas adaptações de quadrinhos de super-heróis, Batman é uma peça que dispensa conhecimento prévio do personagem. Claro que você precisa assistir a Batman Begins, mas estamos falando de uma franquia independente, que não cobra o fardo de você ser um “iniciado” para entender o que diabos está acontecendo ali.
Esqueça aquela outra franquia iniciada por Tim Burton em 1989. Se você ainda tem coragem de admitir que prefere aquelas atrocidades, é melhor parar de ler este post. A grande qualidade do primeiro foi a série animada derivada. A do segundo foi Michele Pfeiffer desfilando com a fantasia de couro da Mulher Gato. A dos outros dois... bem, não houve qualidade nenhuma neles.
Esqueceu aqueles? Ótimo. A história de Batman no cinema recomeçou com o pé direito. E só melhorou na continuação.
Desde a direção mais do que competente de Christopher Nolan até a brilhante interpretação de Ledger como o Coringa, tudo funcionou como se espera de um filme como esse. Aliás, vale falar um pouco mais sobre Ledger. Jack Nicholson é, com perdão do trocadilho, carta fora do baralho. Ledger levou para o túmulo o Coringa definitivo. Com sua morte, aliás, não se perde apenas um personagem. Perde-se um ator que, pelo que mostrou em seu último filme, traria uma competência como há muito não se via no cinema. Para a cinessérie de Batman, ele deixou a tarefa inglória para qualquer ator superar seu coringa.
O roteiro de Batman não deixa nada a desejar aos críticos mais exigentes. Sim, estamos falando de um filme de ação e suspense, sobre um milionário que se veste como um morcego e sai para caçar bandidos à noite. Por isso, não espere um compromisso restrito com a realidade física e social. Para começo de conversa, Gotham City não existe, caso você ainda não saiba. Estamos falando de ficção e metáforas. Gotham é um pedaço da sociedade ocidental que está implodindo em uma decadência antropofágica.
Os personagens são um dos maiores trunfos do filme. De um lado, Batman é a resposta psicótica e violenta que o cidadão comum deseja mas repugna em discursos politicamente corretos. Harvey Dent é o herói obcecado que anda no fio da navalha entre o que acredita ser o certo e as concessões que acaba aceitando para alcançar seu nobre objetivo. Gordon é o herói que já aceitou todos os sacrifícios que sua busca por justiça cobra. Contra eles, além dos mafiosos, está o Coringa. Ele é a representação máxima do caos. Nolan não se entregou à obviedade de mostrar sua origem, como tentou Tim Burton (que cometeu uma atrocidade ao mostrá-lo como assassino dos pais de Bruce Wayne...). Em vez disso, o Coringa de Ledger surgiu como uma força da natureza. Um mentiroso (ele conta diversas versões para a origem de suas cicatrizes), manipulador e incrivelmente inteligente. Um personagem sedutor. Bíblico, até. Sua obsessão por Batman é inevitável. Ele só existe porque o cavaleiro das trevas existe e esta é uma perspectiva assustadora para Gotham City. Batman é o mal necessário que representa uma esperança de ordem, mas também é um ímã para todos os malucos psicóticos que, como ele, tentam dar algum sentido à sua dor. Ele é a solução e a causa de todos os problemas que a cidade enfrenta e ainda irá enfrentar.
Até aí, caso você não saiba, nenhuma novidade, além do fato de Nolan levar para as telas questões que foram exploradas à exaustão nas histórias em quadrinhos. Seu mérito, no entanto, não está na originalidade. Está na escolha das qualidades que ele transporta das páginas em quadrinhos para a frente das câmeras.
Você nunca leu nenhuma história em quadrinhos de Batman? Embora eu lamente que você não tenha tido o privilégio de apreciar obras-primas como O Cavaleiro das Trevas de Miller ou a Piada Mortal de Moore, eu asseguro que você pode assistir a Batman, o cavaleiro das trevas despreocupadamente. Claro que se você for do tipo que só assiste a filmes “cabeça”, daqueles que só se vêem em festivais, filmados em algum país do qual só você ouviu falar, em uma língua para a qual não se acha tradutores, que exigem a leitura prévia de cinco filósofos e que você só entende se já tiver visto o formato do umbigo do diretor... então Batman não é para você.
Se você gosta de ir ao cinema para se divertir, mas odeia quando os produtores e diretores subestimam sua inteligência, então pode assistir a Batman sem preocupações. Você vai se divertir. E sua inteligência terá sido respeitada.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Coisas sobre Anardeus

Anardeus não é homofóbico.
O que ele não tem é saco para agüentar enrustidos que não têm coragem de assumir sua preferência e descontam sua frustração em qualquer pobre-coitado que cruza sua linha de tiros.
Anardeus não discrimina ninguém por ser homossexual. Se ele não gosta da Ellen Degeneres, não é por ela ser lésbica. É porque ela é chata mesmo.

domingo, 29 de junho de 2008

Wall-E


Wall-E é a nova animação da Pixar. Elogiar o padrão de qualidade deles já se tornou um clichê. Fica evidente que cada passo, cada linha e bit de um filme da Pixar é minuciosamente planejado, avaliado e experimentado à exaustão. Wall-E, assim como todos os trabalhos anteriores, não deixa margem para críticas. Desde a idéia inicial até a renderização final.
A qualidade maior de Wall-E, no entanto, não se encontra na competência técnica da Pixar, mas em sua preocupação em respeitar a inteligência do espectador. E, por espectador, não me refiro apenas às crianças. Wall-E é animação para todas as idades.
Neste filme, eles escolheram beber da fonte mais revolucionária e competente da história do cinema. Charles Chaplin. Sim, Wall-E é a personificação (ou seria automatização?) do personagem vagabundo de Chaplin. Os sentimentos puros e simples do robô solitário. Sua entrega desastrosa a uma paixão inocente por EVA, a robô avançada, por quem ele não mede sacrifícios. Momentos de humor pastelão, seguidos de cenas quase poéticas.
A crítica social também está presente, com a denunciada desumanização e descaso com o meio ambiente. Chaplin era crítico ferrenho dos males da industrialização da primeira metade do século XX. Não faltou nem a ridicularização da autoridade, com os chutes na bunda do policial.
Existe um tom feliz e esperançoso no final do filme. Há quem o critique por isso. Afinal, um filme sobre a destruição do planeta não deveria terminar de uma forma mais contundente?
Minha opinião pessoal? Não. A esperança não desqualifica a denúncia.
Se você estava em dúvida, não é do tipo “chato que não gosta de desenho animado” ou mesmo o “chato que só assiste a animes”, pode ir tranqüilo... ou tranqüila. Wall-E é bom cinema.
Tanto quanto era Chaplin.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Dona Ruth Cardoso

A morte da ex-primeira dama é triste. Ela foi a última a honrar o cargo.
Você se lembra da esposa do general João Batista? E da ex do Collor, com seus pais coroneis latifundiários? E a sem-calcinha de Itamar? Ok, a última não era primeira-dama, mas valeu muitas piadas.
Temos, atualmente, a Mudamarisa. Não fala, não participa, não se manifesta.
Podemos acreditar no que quisermos sobre o governo atual e o anterior. Verdade é que a morte de Dona Ruth Cardoso é uma perda para o país.

Punisher Max

Acabei de ler o arco "Widowmaker" de Punisher (linha Max). No Brasil, Punisher está sendo publicado no mix "Marvel Max" da Panini. Ainda estão no arco de Barracuda, alguns números anteriores ao que mencionei.
Mas esses são detalhes que não interessam...
O que interessa é que Garth Ennis está deixando o título. Há quem ame, quem odeie e quem não dá a mínima para o trabalho dele. Na minha humilde opinião, Ennis está entre os grandes roteiristas de quadrinhos da atualidade. Não sei exatamente quais são suas posições políticas nem suas preferências. O que sei é que ele sabe contar uma história e que sou fã de seu trabalho desde Preacher. É uma pena que ele esteja deixando Punisher. Ele revitalizou o personagem. Seguindo o padrão da Marvel, é capaz que Punisher acabe nas mãos de algum escritor medíocre (ainda não engoli a troca de Millar por Loeb no Ultimates).
Ennis assumiu o título quando ele ainda fazia parte da linha "Marvel Knights". Quando a Marvel consolidou sua linha adulta (Max), Punisher migrou para o novo selo, ainda escrito por Garth Ennis. Alguns fãs e críticos esperavam que, com a liberdade que uma linha adulta, no estilo Vertigo, garante, Garth Ennis retomaria seus áureos tempos de Preacher.
Não sei dizer bem o que esperavam.
O que vi de Punisher Max é muito bem escrito. O humor negro diminuiu, dando mais espaço à ultra-violência e dramas pungentes. Steve Dillon não desenha mais, mas os artistas que o substituíram não fizeram feio.
Minha intenção com este post é apenas defender uma obra bem trabalhada. Não, não é uma obra-prima, mas não é a merda que já vi rotularem por ai.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Noves fora


Alguém mais viu a homenagem do nosso Ministro da Cultura ao milésimo programa do Faustão? Ele disse que tentou calcular quanto um programa semanal apresentado mil vezes correspondia em anos (eu disse ANOS). Depois de muito pensar, ele desistiu do cálculo.
Vamos ajudar nosso caro Ministro.
Sua Excelência, aqui vai a fórmula, diretamente das aulas de Didi Mocó: O ano tem 365 dias. Noves fora, cai um 7, escorregou um 9 ali atrás, cuidado com o 5 caindo...
Também desisto!

sábado, 17 de maio de 2008

Os novos inquilinos – capítulo 2

Levou um pouco mais de dois ciclos lunares até as tatuas o desenterrarem. Era realmente grande e fantástico. Th não conseguia conter sua excitação. Na verdade, nem se importava em tentar. Dançava e cuspia como um primário recém-nascido. Era o primeiro a encontrar um ser humano perfeitamente conservado.
As tatuas que trabalhavam na escavação não conseguiam erguer o ser humano sozinhas. Foi necessário contratar duas equipes extras. Th acompanhou todo o trabalho de perto e permitiu que Sh estivesse presente. Ele gostava do jovem e já o considerava seu pupilo, mesmo que não tivesse formalizado a contratação com os pais de Sh.

O fóssil de ser humano foi levado para o laboratório de Th, onde foi examinado por um ciclo solar inteiro. Durante esse tempo, a saliva de Sh alcançou a salinização necessária e ele pôde participar de sua primeira poça de discussão.
É costume que a primeira discussão de um jovem seja realizada com outros jovens como ele, para que a inexperiência não atrapalhe debates importantes que já estejam avançados. Sh ficou frustrado. Os outros jovens que debateram com ele tinham interesses ordinários. A colheita, o clima, o futuro das relações comerciais com as tatuas e os cavalhos... Quando ele cuspiu a descoberta de Th, o assunto foi rapidamente descartado. Os outros não tinham informações suficientes para falar do assunto. O debate terminou quando discutiam sobre a moda das faixas aromáticas para as pernas das fêmeas.
Mas a frustração de Th logo foi esquecida. Havia chegado o grande dia. O dia em que Sh apresentaria os resultados de sua análise do fóssil de ser humano encontrado.
Uma grande poça foi preparada. Os maiores debatedores e pesquisadores reuniram-se à sua volta. Não havia lugar para jovens, mas Sh conseguiu reservar um cantinho para Th poder sorver o que ele tinha a dizer em primeira-língua.
Th chegou com toda a majestade e arrogância a que um grande pesquisador tem direito quando vai apresentar sua maior descoberta.
O que Sh cuspiu na poça foi isso:
“O espécime desenterrado tinha quatro metros de comprimento e aproximadamente um metro e sessenta de altura. Seu corpo era formado por uma liga à base de carbono e diversos metais. Locomoviam-se sobre quatro membros cilíndricos. Dentro do fóssil, encontrei um pré-h, cuja identificação é esta.”
Quando chegavam nessa parte, os debatedores olhavam para Sh, que segurava a carteira de motorista de Arnaldo. Voltavam a sorver.
“Acredito que esta era a forma de identificação dos pré-hs e que os seres humanos os devoravam e escravizavam para propósitos que ainda não ficaram devidamente esclarecidos.”

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ó lá balão...

Antes de tudo, devo pedir desculpas aos gatos pingados que acompanham este blog. A ausência não tem uma justificativa nobre. Foi puro desleixo.
Falemos sobre um dos assuntos mais comentados atualmente: o padre dos balões.
...
Bem... na verdade, não há muito que falar. O cara foi um completo imbecil. Enumeremos:
- Amarrou mais de mil balões nas costas para voar... sem saber voar.
- Não sabia manusear o GPS
- Não levou baterias de celular extras
- Não levou as condições meteorológicas em consideração.
- Protegeu-se do frio com folhas de alumínio.
- Não tinha autorização dos órgãos competentes.
Esse último foi o mais grave, a meu ver. E se, por uma idiotice egomaníaca, um avião acaba caindo? E eu ainda não mencionei o mal que mil balões de festa podem fazer, jogados no mar, matando tartarugas engasgadas.
Não sejamos condescendentes. Nada de eufemismos para não ofender os mortos. Se os católicos estão certos em sua visão do pós-morte, este padre deve estar, no mínimo, no purgatório, respondendo por sua burrice e falta de respeito à vida. A dele e a dos outros.